Porto d’ideias
Aproximam-se as férias. No entanto múltiplos vectores, que passeiam pela nossa sociedade de informação, como a crise ou a gripe A não me deixam escolher com veleidade o sitio ideal para relaxar e conviver com os amigos.
Convencida que é imperioso encontrar um destino, aproveito um domingo solarengo numa esplanada para realizar uma busca pelos diversos sites de viagens. Depois de muito procurar, eis que chego a algumas conclusões: não sairei do país e fugirei do Algarve.
Continuei a procurar por terras de Portugal e eis que encontro uma terra de nome São Martinho do Porto.
As fotos fascinam-me, os textos deliciam-me e não resisto a marcar lá a minha semana de descanso, praia e convívio.
Para quem desconhece, a baía de S. Martinho do Porto é o último vestígio de um antigo Golfo que até ao século XVI se estendia a Alfeizerão e que se abre ao Oceano através de uma barra, com cerca de 250 metros de largura, entre os morros de Santana, a Sul, e do Farol, a Norte. Na Avenida Marginal, centro cosmopolita da vila, multiplicam-se as esplanadas, lojas, bares e restaurantes quase todos especializados nos sabores do mar: a lagosta suada, a santola recheada, o lavagante, o robalo, as douradas e o linguado grelhado ou a sardinha assada.
A verdade é que a palavra Porto me "persegue" pois diariamente vive no meu trabalho, no meu domicilio, nas minhas obrigações, nos meus momentos de inspiração, em alturas de alegria ou tristeza e agora também nas minhas férias. A perseguição da palavra em questão, recordou-me o lançamento de um livro que fui na semana ulterior no emblemático café Majestic. O nome do livro é Porto d'Ideias e é escrito por um conjunto de tripeiros e tripeiras que constituem um grupo de índole politico da cidade invicta que se denomina Porto Laranja ( http://portolaranja.blogspot.com). Durante a apresentação apercebi-me que este livro nasce da necessidade de dar a conhecer as reflexões e as propostas que o grupo em questão debateu ao longo dos anos nos diversos jantares debate que organizou. O livro transforma-se num veiculo transmissor dos diversos intervenientes, reflexões, textos de opinião e documentos de políticas discutidas nos debates do Porto Laranja, como forma de um exercício de cidadania, de intervenção e de afirmação de valores e ideias. Apesar de os membros do grupo terem uma índole social-democrata, o grupo não é uma facção ou sensibilidade, mas sim sempre um espaço livre, de intervenção, reflexão e de afirmação de valores e ideias. O livro, tal como o blog já referido anteriormente, são formas privilegiadas de comunicação que estes encontraram, pelo que além dos textos que publicam, contam com a participação de todos os que lhes dão o prazer de os visitarem, e que contribuem com textos próprios, nomeadamente temáticos, com opiniões, reflexões, criticas e sugestões.
No fim da apresentação, tive oportunidade de falar com alguns dos seus membros e admito que fiquei fascinada com a hipótese de puder debater sem preconceitos, sem ataques, sem discriminação e no fundo conseguir exprimir o que para nós é a solução para o problema em debate.
Assim sendo sentada na esplanada e depois de ter encontrado o sitio para relaxar, posso desligar o notebook e deliciar-me com as intervenções que existem no livro em questão.
Aconselho a todos a dirigirem-se a livraria mais próxima e adquirir o livro em questão e pensar que vale a pena opinar.
Adriana Neves
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