terça-feira, 18 de agosto de 2009

Entregar o ouro ao bandido


Não me parece bem que a Câmara do Porto queira entregar o Bairro do Aleixo a uma empresa envolvida como suspeita nos escândalos de corrupção da Câmara de Lisboa.

Importar a corrupção da câmara da capital para a Invicta não é uma boa política.

Se a CMP quer demolir o Aleixo – e terá eventualmente legitimidade para o decidir – pois que o faça de uma forma clara e transparente. Realojando as famílias que lá vivem, o que nem é assim tão caro. Esta operação orçaria em cerca de sete milhões e meio de euros. São cerca de trezentas famílias, cujo realojamento ficaria em aproximadamente 25000 euros por família, através do recurso aos fundos do programa Prohabita, contratualizados pela Câmara em 2004. Sete milhões e meio de euros, em quatro anos, não representa nem um por cento do orçamento da Câmara. Pelo que poderiam bem fazer um jardim ou um parque naquele magnífico local fronteiro ao rio Douro.

Mas se, mesmo assim, pretendessem recuperar o capital, sempre poderiam fazê-lo da forma legal e séria, ou seja, promovendo uma hasta pública, com uma valor base de licitação de… sete milhões e meio de euros; a que todo e qualquer privado poderia ter acesso.

Entregar o ouro (terreno municipal junto ao rio) ao bandido é que não me parece bem.


Paulo Morais


13 de Agosto 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Referência do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa

"Livro Porto D'Ideias"

Agradeço ao Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, a sua referência, à publicação do Livro "Porto D'Ideias", na sua coluna semanal do jornal SOL.

"PORTO D’IDEIAS. Publicação do Porto Laranja, Grupo de Intervenção Política. Prefaciador, o ex-líder Luís Filipe Menezes. Animador, Luís Artur Ribeiro Pereira. Sinal do pluralismo inato do PSD. Mesmo que não se concorde com muitas das ideias."

Luis Artur

PSD, um Partido partido

Eis a cronologia última de um Partido, partido.

Maio de 2008. Pedro Passos Coelho concorreu à liderança do PPD/PSD contra Manuela Ferreira Leite e Pedro Santana Lopes. Obteve, então, mais de 13.500 votos, aproximadamente 31% do resultado eleitoral (Manuela Ferreira Leite foi eleita lider com 37% dos votos, apenas mais 3.800 que Pedro Passos Coelho). O Partido ficou, pelo menos no entender da direcção eleita, mais por cento, menos por cento, partido em três.

Após eleições, Pedro Passos Coelho, bem, não desistiu dos valores e princípios que estiveram na base da sua candidatura. Manteve-se um militante activo e fez importante trabalho político. Lançou a Plataforma de Reflexão Estratégica “Construir Ideias” , especialmente orientada para o fomento da ciência política e o estudo do desenvolvimento das políticas públicas. Apresentou propostas nas áreas do desenvolvimento urbano, da competitividade, da Política Externa, da Qualificação, Inovação e Bem-Estar Social, da Segurança e da Justiça. Defendeu um Estado menos interventor na economia e uma maior valorização da participação da Sociedade Civil. Pedro Passos Coelho relançou o tão debilitado debate ideológico no seio do PSD. Em oposição à lógica interesseira e aparelhistica subjacente a um suposto Governo Central, fez-nos questionar porque somos Sociais Democratas e não somos Socialistas. E fez-nos acreditar, também ele, que vale a pena defender uma social democracia reformista, tolerante e liberal!

Enquanto isso, a direcção do PSD, eleita para pensar Portugal, preferiu antes empenhar-se em preparar uma estratégia que sustentasse a sua liderança interna, assente nos seus frágeis 37% de apoio. Numa atitude absolutamente populista, cedo nomeou Pedro Santana Lopes para candidato à Câmara de Lisboa. O mesmo Santana que não mereceu, por si, o voto de Manuela Ferreira Leite em 2005, que não servia para lider parlamentar na direcção anterior e que fora apelidado de populista e demagogo na campanha para as directas, revelava-se agora para Manuela Ferreira Leite e seus pares o melhor candidato para recuperar a Câmara de Lisboa. Um presente envenado? Talvez. Uma negociata? Concerteza! Manuela Ferreira Leite pensou calar assim um terço do Partido e, em certo modo, conseguiu. Mas faltava calar o outro terço, de que Pedro Passos Coelho era protagonista. Um problema mais delicado, pois Manuela sabia que nenhum lugar compraria a alma, os valores nem os princípios a Pedro Passos Coelho. Porque, ao contrário de Santana, Pedro Passos Coelho não é passado. É presente e é futuro.

Assim, sem negociata possível, a direcção do Partido tinha dois caminhos. Ou aceitava democraticamente as diferenças que distinguem Pedro Passos Coelho e, numa perpectiva aberta, tolerante e plural do Partido, convidava-o para lugar de destaque nas listas às legislativas de Setembro, ou, por outro lado, eliminava todo o palco potencial a Pedro Passos Coelho.

Julho de 2009. A Distrital de Vila Real, de onde Pedro Passos Coelho é natural, indicou o seu nome para cabeça de lista pelo Distrito às eleições legislativas. O nome de Pedro Passos Coelho foi aprovado por 80% dos seus membros. O próprio, bem, tinha já admitido que só seria candidato a deputado, se eleito pelo seu Distrito.

Agosto de 2009. A direcção do PSD entende encher as listas de candidatos a deputados com os nomes dos seus amigos. Todos os seus indefectíveis apoiantes lá têm lugar. Do marxista-leninista Pacheco Pereira, aos arguidos António Preto e Helena Lopes da Costa, passando pela ultra-conservadora (e apoiante de António Costa!) Maria José Nogueira Pinto, nenhum amigo é excepção. Estão todos lá, independentemente de terem ou não qualquer ligação ao Distrito por onde se candidatam. Prevalece o critério da “lealdade” para com a líder, um slogan que pegou moda no PSD e que vai servindo de mote para, aqui e ali, se nomear os amigos. Os melhores amigos!

Por outro lado, numa lógica verdadeiramente revanchista, a direcção do Partido excluiu das listas indicadas pelas Distritais todos os militantes que dela discordam ou, em algum tempo, discordaram. Segundo os pseudo-aristocratas que dirigem o Partido, Pedro Passos Coelho, por exemplo, não tem condições para ser deputado (apesar de mais de 13.500 militantes entenderam que o mesmo Pedro Passos Coelho seria o melhor líder do Partido e, em consequência, o melhor primeiro ministro de Portugal). Foi “uma decisão política”, sustentaram. Uma decisão política fundamentalista e anti-democrática, acrescento! Lamentando a decisão, Pedro Passos Coelho lembrou que “ser Presidente do PSD não é ser dono do PSD”. Uma apreciação, aliás, que merece a minha absoluta concordância, em qualquer tempo, lugar e circunstância!

Maio de 2010. Realizam-se novas eleições directas para a liderança do PPD/PSD.


Nota: Importa que se perceba que o que está em causa nunca é a presença ou ausência de qualquer militante em qualquer lista. O que está em causa são os critérios de inclusão ou exclusão. E estes, que no PSD se vão praticando, parecem-me perfeitamente errados. Pelo menos, num partido que se diz, e se quer, Democrata.


Luis Proença

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

“Unidade”

Portugal vive hoje uma crise económica e social profunda, com um governo desorientado e sem capacidade de resposta, para a resolução dos problemas do País e dos Portugueses.

Mas Portugal, sinal dos tempos, vive hoje uma situação bem mais grave, que é o evoluir de uma crise politica e do próprio sistema democrático, com uma desconfiança crescente dos portugueses em relação à política, aos partidos representativos e aos políticos em geral, como entre outros sinais, bem atesta, o nível de abstenção elevado e crescente.

Ao PSD, que tem como responsabilidade ser a única alternativa possível e credível para a governação, exige-se que seja exemplarmente democrático no seu interior, dando um exemplo ao País, de regeneração da vida política.

Infelizmente, não foi o que se passou na recente escolha, das listas de deputados e também no Porto, tudo o indica, falou mais alto, a voz do “aparelho” e a defesa de interesses pessoais. Por isso, sou cada vez mais favorável, a eleições primárias que devolvam às bases, a livre escolha dos seus representantes.

Excluir, da lista de deputados, entre outros, Pedro Passos Coelho, que perdeu as ultimas eleições para a liderança do PSD, por uma pequena margem, e que representa uma parte significativa das bases do partido, é uma atitude mesquinha, intolerante e um mau sinal para o eleitorado.

E pior de tudo, o critério, que “começa” a fazer escola no PSD, “ foram escolhidos os que dão mais garantias de apoio ao líder” e “uns dão mais que outros”. Como nós conhecemos bem este critério no Porto…

Numa altura, de crise grave, em que o País precisa do PSD unido e capaz de concretizar o que verdadeiramente interessa aos portugueses: medidas e políticas que sejam um sinal de esperança, de melhoria das condições de vida e de justiça social, era bem melhor que o critério fosse o da competência.

É bom que esta “escola de aparelho”, “de quem não é por mim é contra mim”, termine de vez, pois todos somos militantes do PSD e os nossos adversários, não estão no interior do partido.


E aqueles, que vêm agora reclamar unidade, deveriam saber que a união se constrói, gerando consensos entre todos. E por favor não confundam unidade com unicidade.

Por Portugal, mas também por um PSD, que acredito à imagem de Francisco Sá Carneiro, não daremos a outra face, mas contribuiremos para que em união seja possível recuperar a confiança dos Portugueses.

O dia seguinte já começou… espero que, e apesar de tudo, por Portugal e por uma governação reformista a pensar nos portugueses.

Luís Artur

As nossas listas

A Dra. Manuela Ferreira Leite fez as listas de candidatos a deputados à Assembleia da República. As suas listas são agora as listas do PSD, isto é as nossas listas.

Não concordo com a opção de deixar de fora o Pedro Passos Coelho, o Miguel Relvas ou o Feliciano Barreiras Duarte como também não concordei quando os nomes eram os do Pacheco Pereira ou o Duarte Lima.

Penso que o PSD precisa de todos aqueles que tem um curriculum de credibilidade para ganhar Portugal. Foi assim em 1987 e 1991. Crescemos. Sabendo abrir umas vezes mais à direita, outras mais à esquerda.

Esta é uma lição de pluralidade do PSD.

Um quadro de referências políticas apostando no reformismo da sociedade portuguesa com uma matriz de apoio à iniciativa privada, com preocupações sociais e uma forte vontade de mudança.

O último artigo de José Sócrates, no JN, revela uma pobreza de ideias cuja referência ao salazarismo evidencia o estado a que o PS chegou. Um deserto de ideias e um amontoado de palpites e subsídios.

Os próximos tempos vão obrigar a um PSD unido e coeso.
Um PSD que também tem de compreender que deve continuar unido e coeso a seguir às eleições.
Resta saber se todos estão para aí virados. Os que apoiam a Dra. Manuela Ferreira Leite e os outros.
Unidade não quer dizer unicidade. Coesão não implica disciplina.

Tenho pena que o Prof. Luis Lobo Fernandes tenha saído. É indiscutivelmente um valor da sociedade civil e da academia. É um homem livre e adepto do politicamente incorrecto.
O seu grito deve ser interpretado como um desabafo de muitos eleitores do PSD que não compreenderam a atitude da Dra. Manuela Ferreira Leite.

Eu também não compreendi, mas pelo menos procuro encontrar um critério: arguidos só os nossos.

António Tavares

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O apelo ao voto


Entendo que deve ser uma meta de todos os cidadãos, nomeadamente dos filiados em partidos politicos, apelar ao voto consciente de todos os portugueses. Claro que, nesse ambito, entendo que as juventudes partidárias tem um papel importante na sensibilização dos jovens para o exercicio de voto. Mais, até vou mais longe, afirmando que estas devem esclarecer os jovens quanto ao recenseamento eleitoral. Sem dúvida que a JSD cumpriu esse objectivo. No entanto, sou levada a criticar o flyer que apela ao voto... Será que não existem formas mais apelativas, mais construtivas, mais claras e concisas para este apelo? Questiono-me se todos os jovens vão perceber a referida mensagem. Assim sendo, seguindo principios democraticos, ilustro este texto com o respectivo flyer. Fico a espera das vossas opiniões... porque posso sempre ser eu que estou a ver mal.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Um mote para a campanha nacional

A passagem da futura linha do TGV Porto-Vigo por Ponte de Lima, está a ser alvo de forte contestação por parte do PSD local, consciente do nulo benefício para o concelho de um enorme canal que o rasgará ao meio. Milhares de limianos ostentam este autocolante, numa analogia à contestação de outrora ao nuclear.
Hoje o potencial de danos ambientais, paisagisticos e sobretudo financeiros já não provém do nuclear, mas deste elefante branco que Sócrates quer à viva força importar.
Dado que o TGV será tema inevitável na campanha para as legislativas, porque não "nacionalizar" esta ideia?
TGV em Portugal? NÃO, obrigado!