sexta-feira, 14 de agosto de 2009

“Unidade”

Portugal vive hoje uma crise económica e social profunda, com um governo desorientado e sem capacidade de resposta, para a resolução dos problemas do País e dos Portugueses.

Mas Portugal, sinal dos tempos, vive hoje uma situação bem mais grave, que é o evoluir de uma crise politica e do próprio sistema democrático, com uma desconfiança crescente dos portugueses em relação à política, aos partidos representativos e aos políticos em geral, como entre outros sinais, bem atesta, o nível de abstenção elevado e crescente.

Ao PSD, que tem como responsabilidade ser a única alternativa possível e credível para a governação, exige-se que seja exemplarmente democrático no seu interior, dando um exemplo ao País, de regeneração da vida política.

Infelizmente, não foi o que se passou na recente escolha, das listas de deputados e também no Porto, tudo o indica, falou mais alto, a voz do “aparelho” e a defesa de interesses pessoais. Por isso, sou cada vez mais favorável, a eleições primárias que devolvam às bases, a livre escolha dos seus representantes.

Excluir, da lista de deputados, entre outros, Pedro Passos Coelho, que perdeu as ultimas eleições para a liderança do PSD, por uma pequena margem, e que representa uma parte significativa das bases do partido, é uma atitude mesquinha, intolerante e um mau sinal para o eleitorado.

E pior de tudo, o critério, que “começa” a fazer escola no PSD, “ foram escolhidos os que dão mais garantias de apoio ao líder” e “uns dão mais que outros”. Como nós conhecemos bem este critério no Porto…

Numa altura, de crise grave, em que o País precisa do PSD unido e capaz de concretizar o que verdadeiramente interessa aos portugueses: medidas e políticas que sejam um sinal de esperança, de melhoria das condições de vida e de justiça social, era bem melhor que o critério fosse o da competência.

É bom que esta “escola de aparelho”, “de quem não é por mim é contra mim”, termine de vez, pois todos somos militantes do PSD e os nossos adversários, não estão no interior do partido.


E aqueles, que vêm agora reclamar unidade, deveriam saber que a união se constrói, gerando consensos entre todos. E por favor não confundam unidade com unicidade.

Por Portugal, mas também por um PSD, que acredito à imagem de Francisco Sá Carneiro, não daremos a outra face, mas contribuiremos para que em união seja possível recuperar a confiança dos Portugueses.

O dia seguinte já começou… espero que, e apesar de tudo, por Portugal e por uma governação reformista a pensar nos portugueses.

Luís Artur

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