INTERVENÇÕES
Carlos Brito
Abriu o debate, introduzindo a origem do termo “Cultura”, associado na época ao cultivo dos solos, como ainda hoje o termo é descrito no famoso Dicionário Larousse.
Passou depois a uma perspectiva política do termo, contrariando a ideia que a Cultura se associa a movimentos políticos de esquerda. “A Cultura não é pertença da esquerda! Não!”, acrescentando ainda que para alguns, interessa-lhes passar a ideia que “os Homens de direita não são sensíveis à cultura, como não são sensíveis à liberdade”. Classificou este pensamento viciado de preconceituoso e falso. “São estigmas que a esquerda criou na sociedade e que devemos combater!”
Terminou a intervenção, classificando “Cultura” como a resposta que cada grupo humano dá a cada desafio que se lhe apresenta e julgando a vida cultural como a base do desenvolvimento dos meios urbanos, fonte de atracção de investimento e de competitividade.
Maestro Ferreira Lobo
Identificou-se como natural de Chaves, para lembrar a interioridade dos Distritos distantes dos grandes centros urbanos de Lisboa e Porto, onde a Cultura, no seu entender, não chega.
Criticou a Política Cultural instituída pelo actual Governo Socialista, dirigida para restritos e específicos núcleos sociais. Acrescentou que a Cultura dirigida a pequenas “elites” se torna inútil, pois não corresponde ao seu desígnio que é proporcionar o desenvolvimento e a qualidade de vida das populações.
Falou da Orquestra do Norte, que dirige, e das três premissas que entende que devem estar associadas a qualquer entidade de produção cultural:
- Função Económica – só realizável através de uma abertura generalizada à população, ao contrário do que actualmente acontece;
- Função Educacional – recordou eventos de organização e participação da Orquestra do Norte dirigidos a públicos infantis e juvenis e ao meio académico, como são os “Concertos Promenade”;
- Função Lazer – caracterizou de “muito interessantes” e “motivadoras”, as manifestações de interesse que os vários públicos, de diferentes faixas etárias e raízes sociais, demonstram pelo trabalho da Orquestra do Norte.
Realçou a importância das autarquias na promoção e divulgação cultural, mas identifica, também a este nível, muita falta de vontade política, com graves carências de responsabilidade, apesar de reconhecer melhorias pontuais na relação com os agentes culturais.
Jorge Trabuco
Criticou a “elitização” da Cultura também do ponto de vista de que a produz: “Os homens da Cultura julgam-se intelectualmente superiores, mas não são!”
Adianta, a exemplo, que a Casa da Música, “paga por todos nós” é um “palco de cultura de elites”. Reconhece, contudo, Serralves, como um espaço muito mais popular, aberto a todos que lá quiserem ir.
“Emociono-me a ouvir fado, sem que nunca que tenham ensinado a ouvi-lo”, concluiu.
Paulo Morais
Numa curta intervenção, questionou o Maestro e a plateia com a dicotomia música popular / música erudita, julgando que a este propósito, vence o preconceito, e que a diferença entre as duas reside exclusivamente no seu intérprete, de circunstância.
Moreira da Silva
Lamentou a falta de sensibilidade cultural dos “nossos governantes”, incluindo, Presidentes de Câmara, Vereadores, todos…
Enalteceu a música, “sublime” na sua história, e apelidou de “imbecis” os políticos que “correm com os melhores, os génios da música”, para homenagear o maestro e compositor italiano Ângelo Fasciolo, com quem privou no Coro da Lapa.
Luis Artur
Questionou também a dicotomia da chamada “Cultura Popular” e de uma Cultura chmada de mais “Erudita”.
Referiu-se ao financiamento público da cultura, e a forma de acesso a actos culturais dos cidadãos. Referiu e questionou o financiamento de uma determinada forma de estar, nomeadamente o de uma cultura sem público.
Referiu-se ao Rivoli, como um acto de coragem e de boa gestão dos dinheiros públicos, feita pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal do Porto, e como um exemplo a seguir nesta matéria.
Por último fez um balanço dos primeiros cinco meses do Porto Laranja, dizendo que tem sido uma “Pedrada no Charco”, no debate político do PSD do Porto.
Referiu que as actividades iriam ser suspensas durante as férias e recomeçariam em Setembro.
Rui Oliveira
Criticou a actual política de subsídios para a Cultura, protagonizada e instituída pela ex-ministra socialista Pires de Lima que, no seu entender, defende as “suas capelinhas”.
Recordou também a sua experiência pessoal como membro do Coro da Lapa.
Isabel Pinho
Afirmou a disponibilidade do meio académico para ouvir diferentes estilos musicais. “Há tempo para tudo”, afirmou, para lembrar os estudantes do superior que frequentam, em simultâneo (!), as noites da queima e os concertos promenade.
Já em relação a gerações mais novas, lamentou os resultados da sua experiência como professora de música: “As crianças não de gostam de música, tanto quanto eu esperava”.
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