No seu ensaio intitulado «Why I Am Not An Environmentalist: The Science of Economics Versus the Religion of Ecology» (Por Que Razão Não Sou Ambientalista? A ciência da economia contra a religião da ecologia), o economista Steven E. Landsburg (professor de Economia na Universidade de Rochester de Nova Iorque), faz um ataque forte e extraordinário ao que designa por «Ambientalismo Ideológico», que nos tempos modernos é uma nova forma de extremismo religioso, com um catecismo invasivo e intimador. Steven E. Landsburg, considera que os ambientalistas apresentam as suas teorias como uma batalha entre o bem e o mal. Não procuram melhorar o nosso bem-estar, mas sim salvar as nossas almas. O ambientalismo estende-se para além da ciência, ao transformar questões de preferência em questões de moralidade. A táctica mais repreensível dos extremistas ambientais é apresentar qualquer contestação da sua ortodoxia como uma guerra entre os bons e os maus. Retratam os poluidores como uns seres malvados que poluem por poluir, e não porque a poluição é um subproduto necessário a alguma actividade útil. Em muitos, partem do pressuposto de que são moralmente superiores e concluem que podem, portanto, divulgar propaganda intelectualmente desonesta, pois essa propaganda serve o propósito superior de converter mais pessoas para a causa. A arma habitual é o ataque de carácter dos seus oponentes.
Este ensaio veio-me à memória quando se analisa o discurso político em relação à candidatura do Dr. Luís Filipe Menezes à câmara do Porto, por parte dos seus principais oponentes. Em primeiro lugar, convém esclarecer já quem, do nosso ponto de vista, são os principais adversários de Luís Filipe Menezes. Eles são o actual presidente da câmara do Porto (Dr. Rui Rio), o CDS-PP na pessoa do seu presidente (Dr. Paulo Portas), e, numa dimensão bastante diferente o Dr. Rui Moreira. Pode ser estranho não se incluir o candidato do PS, Dr. Manuel Pizarro, mas o facto é que o Dr. Manuel Pizarro, está quedo e mudo à espera que o poder lhe cai no colo. Espera que o efeito penalizador do PSD decorrente da governação do país e o surgimento de duas candidaturas no centro-direita, façam dele o homem que está no sítio certo no momento certo. Não é o primeiro caso assim, e, seguramente não será o último.
Voltando aos adversários de Luís Filipe Menezes, a postura e o discurso é todo idêntico ao dos ambientalistas fundamentalistas. A sua postura de superioridade, o seu discurso de que eles estão do lado do bem, enquanto Luís Filipe Menezes está do lado do mal, é absolutamente constrangedor. Não interessa o percurso político de Luís Filipe Menezes, não interessa a sua obra no concelho de Gaia, não interessa as suas ideias e projectos para a cidade do Porto, não interessa a sua capacidade de liderança de equipas, não interessa ser um homem que «faz coisas» em vez de fazer retórica sem conteúdo, não interessa ser um dos políticos mais experientes e conhecedores e com grande capacidade de construir consensos entre as várias partes interessadas. Não, nada disso interessa. Estes “fundamentalistas anti-Menezes” consideram que é sua missão libertar o país e o concelho do Porto de Luís Filipe Menezes, pelo que usam todos os meios e formas para o afastar. No fundo, seguem a velha máxima de Maquiavel «os fins justificam os meios».
Felizmente, vivemos numa democracia, e, da mesma forma que têm liberdade de tudo dizerem e fazerem (e, que fique bem claro, devem ter essa liberdade), a restante população também terá a sua oportunidade de revelar as suas preferências. É no uso dessa liberdade que nos parece oportuno fazer algumas notas sobre os adversários de Luís Filipe Menezes.
Começando pelo principal, e mais proeminente, o actual presidente da câmara do Porto. É um político com uma grande obra, que indiscutivelmente fez três bons mandatos, embora com uma clara perda à medida que o tempo foi decorrendo. É um político que pensa o país, que tem ideias muitas claras sobre o que devia ser feito, e com uma grande capacidade comunicacional e de liderança. Tivesse o país sido governado por Rui Rio e, provavelmente, não teríamos chegado à situação de bancarrota. Tudo isto conta a seu favor. Mas, se pensarmos que é militante do partido que lidera o governo do país, mas que tudo faz para que o Presidente da República lidere um golpe palaciano que o faça chegar a primeiro-ministro, sem nunca ter tido a coragem de ir a votos dentro do partido, e sem querer ir a votos em eleições nacionais, temos de concluir que a suposta superioridade moral/ética também tem os seus “telhados de vidos”.
O presidente do partido que teoricamente está coligado com o PSD no governo do país é o líder político há mais anos em actividade (chegou à liderança do CDS em 1998, 15 anos). Durante três anos foi Ministro da Defesa. Nos últimos dois anos é Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Portanto, é alguém com uma vasta experiência e curriculum. Mas se perguntarmos às pessoas qual principal marca de Paulo Portas, acho que a grande maioria dirá que foi o homem responsável pela compra de dois submarinos. Não digo isto, por causa dos potenciais ilícitos criminais que estarão em causa nesse negócio (não tenho o mínimo de conhecimento para afirmar que as notícias que periodicamente aparecem tem ou não qualquer fundamento). Digo isto, porque sendo Paulo Portas uma pessoa que tanto preza a postura de estado, que vive para a política, que é um leitor confesso de biografias históricas, um grande admirador de grandes políticos como Winston Churcill ou Charles Gaulle, deverá sentir uma grande frustração interior quando sabe que ficará conhecido por ter sido o comprador de dois submarinos (utilizando uma expressão sua, isso não dá direito a uma nota de pé de página nos livros de história). Poderão dizer que ainda está a tempo de deixar a sua marca na história de Portugal, pelo que ainda é cedo para fazer um balanço definitivo da sua pessoa (pelo menos nos próximos dois anos, deve continuar como Ministro dos Negócios Estrangeiros). Pode acontecer, é verdade. Mas julgo ser mais provável, que a sua principal acção seja contribuir para o fim de mais uma coligação com o PSD (será a terceira. Primeira com Marcelo Rebelo de Sousa, e a segunda com Pedro Santana Lopes). Temos que convir, para quem supostamente representa o bem, tem uns “grandes pés de barro”.
Finalmente, o Dr. Rui Moreira. A primeira nota a fazer é que queria ser candidato, independentemente do Partido que o apoiasse. Desconfio que se o PCP e/ou BE dessem o seu apoio, que não recusaria. Segundo, é uma candidatura do contra, neste caso contra Luís Filipe Menezes. Em política ser contra é uma opção, mas ninguém ganha nem mobiliza os eleitores se não apresentar um projecto pela positiva. Ser contra é sempre redutor e inconsequente. Ser contra em política, leva um rápido esgotamento da base de apoio. A terceira nota, é o facto de ter aceitado ser o cabeça de cartaz numa “guerra” que tem como base uma antipatia pessoal de Rui Rio e Paulo Portas com Luís Filipe Menezes. Cada um aceita os papeis que quer desempenhar na vida, e se alguém se sente confortável em ser o “instrumento” de outros, é algo que só essa pessoa pode responder perante a sua consciência. Por isso, em boa verdade, será um fundamentalista mais por conveniência, do que por convicção. Contudo, o facto se ser a “criatura”, enquanto Rui e Rio e Paulo Porta são os “criadores”, embora diminua as suas responsabilidades políticas neste processo, não as elimina.
Luís Filipe Menezes, como todos nós, tem as suas qualidades e seus os defeitos. Faz coisas bem-feitas, e fará outras menos bem conseguidas. Todos conhecemos o seu percurso, as suas ideias e projectos, bem como a sua forma de actuar. Na actual conjuntura, é muito bom saber que o Porto pode contar com a disponibilidade de um político com tanta experiência e conhecimento, um político que consegue encontrar soluções equilibradas para os inúmeros problemas e dificuldades que o concelho e a população do Porto enfrentam (à semelhança do resto do País). É particularmente nestes maus momentos que mais necessitamos dos melhores, e, Luís Filipe Menezes é, indiscutivelmente, um deles.
4 comentários:
Luis, excelente artigo.Colocas bem " o dedo na ferida". Abraço
Bastante interessante este artigo. No entanto não nos podemos esquecer que a nível do CDS-PP, a oposição não é só do Dr. Paulo Portas, mas também do Dr. Sampaio Pimentel, actual Director do Centro Distrital do Porto da Segurança Social
Bastante interessante este artigo. No entanto a oposição do CDS-PP não parte só do Dr. Paulo Portas, mas também do Dr. Sampaio Pimentel Directos do Centro Distrital do Porto da Segurança Social
A cidade do Porto é invicta, isto é os portuenses que não se iludem por promessas vagas, em Luís Filipe Meneses eles têm um certeza, olham para Vila Nova de Gaia e dos outros o que podem provar...
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