quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Onde está o PSD

DIREITA E ESQUERDA
Onde está o PSD?

As eleições de domingo vieram a aprofundar a crise existencial que o PSD vive desde 1995.
Tirando o período em que o Governo do Eng.º António Guterres se perdeu no pântano, Fevereiro de 2002, o PSD nunca mais foi capaz de constituir um governo de maioria parlamentar.
Esta experiência governamental correu mal. Durão Barroso preferiu Bruxelas e a Presidência da Comissão e Santana Lopes nunca conseguiu fazer um governo estável e coerente.
Começou a corrida à liderança do PSD. Inevitavelmente não vamos ter só um candidato. Ao lado de Pedro Passos Coelho vai surgir mais alguém.
Paulo Rangel? Marcelo Rebelo de Sousa? Nuno Morais Sarmento? Estou convicto que será por aqui.
Será mais fácil contestar a liderança nacional. Mas não deve o PSD avaliar a sua estrutura distrital e local. ?
Não deve o PSD equacionar se o problema é do líder ou do partido.? É certo que no CDS/PP ou no Bloco o líder faz o partido.
Não vai o PSD viver um período difícil. Lembram-se da “teoria da bolsa do camelo” de Adelino Amaro da Costa que Sá Carneiro combateu?
Romper com o cavaquismo não tem mal se rompermos mesmo com todos os cavaquistas.
Ao nível distrital ou local o PSD tem de alterar o seu comportamento. Abrir à sociedade civil, aos independentes, aos líderes de opinião, enfim fazer uma campanha aberta como nas europeias.
Afinal, o balanço do ciclo vai ser positivo. Ganhar as europeias e as autarquias mostra bem a importância das pessoas. MFL fica claramente ligada à primeira das eleições pese embora as criticas à escolha do seu cabeça de lista.
Nos próximos 4 anos o PSD vai ter de aprender a estudar e trabalhar todos os dias.
Fazer politica é acção.
Até lá as eleições presidenciais serão o primeiro estudo.
Depois é preciso não esquecer que dentro de 4 anos grande parte das autarquias vai mudar as suas lideranças. É certo que há quem diga que é mais fácil mudar a lei. Não acredito.
A responsabilidade é de todos, mesmo daqueles que se enganam e gostam de estar com os vencedores.
Precisamos de uma nova cultura de partido.
Uma cultura aberta e sem medo. Afinal, muitas vezes a asfixia democrática está à nossa porta………

António Tavares

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

palha....

Hoje ao ler as noticias lembrei-me da musica Help dos Beatles pois o número três do partido de Portas à Câmara de Moura foi apanhado pela GNR. Estaria a desviar palha de uma herdade...

Palha? Candidato? Onde estao os principios eticos e morais do individuo?
O que é isto? Sera que ja vivemos num terceiro mundo?

ate ao proximo post
adriana

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"A Europa, Portugal e o Modelo Social Europeu" com o Dr. Silva Peneda - Intervenções



Luis Artur

Na introdução do debate, Luis Artur começou por apresentar e justificar a actividade do Porto Laranja a Silva Peneda. “Porque o PSD é hoje um Partido fechado aos militantes, onde o debate é escasso, entendemos que seria possível fazer política e cidadania também fora do partido, sem deixar de o fazer dentro do partido”. “Procuramos neste espaço de liberdade e de participação que cada um expresse exactamente aquilo que pensa, ajudando o Partido Social Democrata a encontrar e a construir soluções, seja ao nível da governação do país, seja ao nível autárquico”, acrescentou.
Enfatizou o tema em debate: “Não nos podemos esquecer que somos um Partido Social Democrata e, como tal, a questão social, seja na Europa ou em Portugal, é sempre uma questão fundamental e estará sempre na linha da frente das nossas preocupações”. A propósito, citou Francisco Sá Carneiro: “é necessário melhorar as condições de vida daqueles que menos voz têm e, sobretudo, daqueles que mais precisam”.


Carlos Brito

Também Carlos Brito começou por dar um contexto ao Porto Laranja. Para o efeito, recordou um recente título do Público que anunciava o falecimento do sociólogo e politico alemão Ralf Dahrendorf: “Morreu um verdadeiro liberal” e citou João Carlos Espada, seguidor de Dahrendorf: “O fundamental no seu pensamento é a liberdade e a causa da liberdade, que também não corresponde a uma corrente, uma voz, um partido particular, mas antes a uma conversação constante entre várias vozes, em que o essencial é manter o equilíbrio." Segundo Carlos Brito, é o mesmo pensamento que norteia o Porto Laranja: “É aquilo que nos traz aqui. Nós aqui chegamos ao princípio que não é necessário uma verdade única mas é antes oportuno que as pessoas cruzem as ideias, as suas verdades”.

Já na introdução ao tema em debate, Carlos Brito sugere que os portugueses tornaram-se “europeus” e passaram, por isso, a sofrer mais directamente das maleiras dos outros, e, tal como eles, a observar o seu futuro perante ameaças económicas e sociais, com a parcelarização excessiva e a rarefação do trabalho, com a degradação dos serviços de saúde, com a crescente influência das cidades, com os conflitos entre os velhos europeus de origem e os novos europeus imigrados e com os atentados às liberdades em nome da segurança.
Tudo isto, acrescenta, potenciado por técnicas de comunicação social que, com vista à consolidação de poderes, promovem a pressão e a manipulação, remetendo os cidadãos para o papel de espectadores desinformados e fragilizados.

Carlos Brito referiu-se depois à “crise da relação social, em que a família desintegra-se, as uniões de pessoas fragilizam-se, os serviços públicos são postos em causa, a participação igual relativiza-se, a delinquência aumenta, os problemas de relação de culturas tornam-se preocupantes e em alguns casos explosivos, e a solidão aparece sábia”. Segundo Carlos Brito, após a era da primeira modernidade marcada pela nossa emancipação, estaremos agora perante uma segunda era de modernidade, a da diferenciação. “Queremos ser todos diferentes. Procuramos a mobilidade e a maior liberdade de escolha. Gera-se um individualismo passivo dos cidadãos face a um estado autoritário. Os cidadãos crescem nas exigências e recusam-se a participar activamente à luz da sociedade civil. O estado deixa de ter qualquer contrapeso emancipador democrático nos cidadãos e nos seus projectos. À solidariedade resta a ligação civil entre todos os concidadãos pertencentes ao mesmo estado”.

Perante a diversidade de sistemas de protecção social que reconhece caracterizar os estados no seio da União Europeia, Carlos Brito finalizou a intervenção questionando se “há verdadeiramente uma Europa Social” e, face à crise, como esta poderá evoluir “Vamos continuar a ter a muito discreta Europa social que temos hoje, vamos reforçá-la ou mitigá-la?”


Silva Peneda

Silva Peneda começou por referir-se às “raízes que nos fizeram chegar a esta Europa social”. “A adesão de Portugal à União Europeia pressupôs o comprometimento com os valores que estão na génese do projecto europeu, assumidos no pós 2ª guerra mundial: a paz, a liberdade, a democracia, o respeito pelos direitos humanos e a igualdade, entre outros. O Modelo Social Europeu acaba por ser o conjunto destes valores, partilhados por todos os estados membros, embora aplicados de acordo com quatro modelos diferentes – o nórdico, o continental, o anglo-saxónico e o mediterrânico. Estes valores têm tal força aglutinadora que de seis estados membros iniciais junta hoje vinte e sete. Há milhões de europeus que desta forma conquistaram a liberdade”, salientou, elogiando “uma geração que trabalhou no sucesso da construção da Europa de tal forma que estes valores são hoje considerados indiscutíveis pelas novas gerações”.

Silva Peneda perspectiva uma Europa diferente no futuro, consequência, entre outros, de factores demográficos – aumento da esperança de vida, que envelhece a população europeia – e realça a necessidade de adaptação das actuais políticas públicas, “a começar pela segurança social, mas também das políticas fiscais, de educação, de segurança”. Referiu-se em particular à reforma da Segurança Social promovida em Portugal pelo actual governo socialista. Do seu ponto de vista, o resultado alcançado foi meramente financeiro “O bolo vai ser o mesmo e haverá mais clientes para o mesmo bolo”, referiu. Desmente os que acusam o PSD de querer privatizar a Segurança Social. “O que o PSD sempre defendeu foi a criação de esquemas complementares à Segurança Social, o que nada tem a ver com privatizá-la. Tem a ver sim com garantir outras formas das pessoas manterem no final da sua vida activa o mesmo poder de compra que possuíram durante toda a vida de trabalho”.

Silva Peneda falou da globalização. “Nunca vivemos uma época em que o ritmo de mudança fosse tão grande – no passado, as mudanças eram quase programadas”. Mostrou, com exemplos, como no mesmo espaço europeu a globalização teve efeitos completamente distintos. “Na indústria têxtil, muitas empresas instaladas no Norte de Portugal perderam a sua produção para o oriente, ao mesmo tempo que muitas empresas industriais na Europa, pelo mesmo motivo, venderam maquinaria para a instalação de novos produtores, beneficiando dessa deslocalização”. Lembrou que em resposta a estas perdas e ganhos regionais, “a União Europeia criou instrumentos financeiros que visam atenuar os desequilíbrios sociais provocados pelo fenómeno da globalização – fundo europeu de desenvolvimento regional, por exemplo – apesar de nem sempre com os melhores resultados”. Por isso, adianta, “a União Europeia tem convivido mal com a globalização”, justificando, “do ponto de vista externo, faz sentido que as trocas possam ser livres, mas tem que haver regras e todos têm que cumprir essas regras. O que acontece é que alguns fazem batota, como é o caso da China, sendo essa batota muitas vezes permitida por interesses da própria União Europeia, nomeadamente interesses dos importadores, das grandes cadeias de distribuição e, em ultimo caso, dos consumidores”. Adverte que “dentro de 20 anos, o Brasil, a Rússia, a Índia e a China representarão metade da riqueza do mundo”. “Estados com problemas sociais complicados”, salienta. “Nós conseguimos competir com quem produz com salários mais baixos, mas não conseguimos competir com quem não tem quaisquer preocupações sociais e ambientais, por exemplo”. Silva Peneda entende, por isso, que “o maior desígnio da Europa deverá ser promover a paz no mundo, forçando esses países a incorporar no seu modelo social os valores e referências fundamentais do modelo social da Europa”.

Silva Peneda enunciou depois alguns indicadores económicos da OCDE que descrevem uma preocupante performance de Portugal no seio da União Europeia. Com base nesses dados, realçou o crescimento económico de Portugal nos últimos anos inferior ao dos antigos estados membros (ao contrário do que aconteceu entre 1985 e 1995) e, pior, muito inferior ao dos novos estados membros, que são os principais competidores de Portugal. Em matéria de desemprego, regista um “problema muito sério de perda de confiança”. A actual crise, refere, “para além de financeira, económica e social, é também de confiança, não só dos agentes económicos mas também dos próprios trabalhadores”. Segundo previsões da OCDE, a taxa de desemprego em Portugal atingirá em 2010 os 11,3%, o que significa mais de 600.000 desempregados. Realçou ainda a diminuição do PIB e o aumento das desigualdades sociais em Portugal, em comparação com a média da União Europeia.

Silva Peneda falou do Norte de Portugal. “Aquela que era uma das regiões mais industrializadas da Europa é hoje uma das mais pobres. Em termos de rendimento per capita é 234ª em 275 regiões e é a que regista os salários mais baixos”. No seu entender, “esta situação deve-se ao facto de o Norte de Portugal ter tido sempre a sua base económica assente na produção de bens transaccionáveis, que aproveitando a desvalorização da moeda, a tornou numa forte região exportadora”. Com a moeda única, alterou-se o paradigma. Considera que em comparação com Lisboa, o Norte sempre teve um mercado desprotegido. “Aqui não há os serviços (banca e seguros, por exemplo) que há em Lisboa e, por isso, aqui é necessário produzir e exportar. No Norte vivem 2/3 da população do país e se as condições económicas e sociais não se inverterem, vamos ter 50% da população a viver de subsídios do estado. Não se trata, por isso, de um problema bairrista ou regional mas sim de um problema nacional. E não há sensibilidade em Lisboa para perceber esta realidade”, acredita. Defende que uma estratégia para o Norte permite apresentar melhores indicadores económicos e sociais nacionais. “Se o Norte não tem meios para resolver os seus problemas, Lisboa não tem tempo sequer para os perceber. Do valor previsto para os grandes investimentos públicos, que compõem o QREN, apenas 4,6% são no Norte, nomeadamente o IP4, a plataforma logística de Leixões, o IC3 e o IC35. Estamos, por isso, perante um clara insensibilidade política e social face a uma região”.

Também em relação ao QREN, referiu-se à incompetência e incapacidade de relação do actual governo português com Bruxelas, com resultados nefastos ao nível do investimento público. “Muitos dos programas operacionais previstos para 2007 ainda nem sequer foram aprovados – estamos em meados de 2009. Também por isso, se parou a economia nacional”, acrescenta.

A finalizar a intervenção, Silva Peneda lamentou que nas passadas eleições europeias não tivesse sida contemplada nenhuma proposta que pedisse um reforço ao apoio ao investimento no Norte de Portugal, enquanto região mais desfavorecida com a globalização. “Os projectos europeus são normalmente financiados a 60, 70 ou 80%. Uma proposta de apoio extraordinário a 95% para o Norte de Portugal seria uma medida muito importante para a região e com pouco peso no orçamento comunitário”, concluiu.



Seguiu-se um debate muito participado, sendo colocadas pelos oradores diversas questões sobre o Modelo Social, a Europa e Portugal, às quais respondeu Silva Peneda, tendo salientado entre outros, a “inexistente” falta de realização do QREN, quando o país precisa fortemente de investimento, o que é inaceitável por parte do governo socialista. Voltou a chamar a atenção para a desvalorização da Região Norte, manifestando-se um convicto Regionalista.


Muito agradecemos ao Dr. Silva Peneda a sua participação neste debate do Porto Laranja.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Escândalo

A suspensão decretada pelo Conselho de Administração da TVI, do jornal nacional a ser emitido na próxima Sexta Feira, e alegadamente por no mesmo ir ser divulgada, uma peça jornalística sobre o caso “Freeport”, tem uma total ausência de sentido de oportunidade, com uma clara interferência no processo eleitoral em curso, e representa um atentado à liberdade de informação em Portugal.

Perdeu-se a vergonha…

O Primeiro Ministro deve uma explicação urgente aos portugueses.

Luís Artur

Falar Verdade

O programa eleitoral do PSD, para as próximas eleições legislativas, merece um apontamento extremamente positivo.
Directo, objectivo, e com enfoque nos reais problemas do país.
Portugal, tem estruturalmente, um problema grave, que se tem vindo a agravar, um fraco crescimento económico, aliado a um elevado défict da balança de transações correntes, que ultrapassa já o inaceitável número de 10% do PIB.
Face ao elevado endividamente, e por consequência aos crescentes encargos financeiros, da República, também o Rendimento Nacional, (a riqueza criada, que fica no país), se tem vindo a detiorar a um ritmo alarmante.
Também e a "crise" veio demonstrar, estamos longe de uma consolidação orçamental, e o cariz rigido da despesa primária, não augura, sem a coragem política necessária, para a racionalização da despesa com o pessoal, que nesta matéria se evolua, o necessário, para que seja possível aliviar o peso do estado na economia, e baixar necessáriamente a carga fiscal.
Portugal, precisa de inverter este ciclo de "pobreza" e criar as condições para um crescimento económico sustentado, e que simultâneamente através do aumento das exportações, diminua o déficit da nossa balança.
Não é com os "grandes" investimentos públicos, que se resolve esta situação, antes pelo contrário, será um "crime" insistir em medidas, que agravarão o estado empobrecedor do país em vez de resolver estes graves problemas.
O caminho, é fazer das exportações, um DESÍGNIO NACIONAL, criando o Estado condições, para que as empresas se possam desenvolver, produzir, vender, em suma criar riqueza.
O caminho é também a aposta necessária nas PMEs, geradoras de Emprego, e de Exportações.
Ao apontar como estratégico, para a política económica, o apoio às PMEs, com a elencagem de algumas medidas concretas e potenciadoras, da melhoria do Fundo de Maneio destas empresas, o programa eleitoral do PSD, toma o rumo certo.
Também as medidas anunciadas para a Justiça, são fundamentais, para a atracção de investimento, nomeadamente do investimento estrangeiro, essencial, para todo desígnio de crescimento económico que o País necessita.
O PSD através deste programa, demonstra que percebeu a real situação de Portugal e a forma como com verdade, se pretende inverter o ciclo de pobreza. Ao invés o PS, continua a não perceber...