domingo, 26 de junho de 2011

Debate – Corrupção, Duas visões

Mais um evento organizado pelo Porto Laranja, que decorreu no passado Sábado, dia 18 de Junho, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Cedofeita e que teve como oradores, com visões diversas sobre o tema o Dr. Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados e o Dr. Paulo Morais, Vice-Presidente da Transparency International em Portugal.
Do debate resultaram algumas ideias força, sobre a origem e fundamentos da corrupção em Portugal, bem como ideias que ajudem a combater a mesma, na certeza de que a corrupção mina os fundamentos do Estado Democrático e da República e é contra a liberdade e o princípio muito caro à Social Democracia da Igualdade de oportunidades, referidos pelo Luis Artur.
O Dr. Marinho Pinto, disse acreditar que o combate à corrupção não passa apenas pelo poder judicial, mas sobretudo pelo poder político, e é fundamental que o País tenha uma opinião pública muito forte que civicamente combata este fenómeno. Deixou ainda outra ideia força, de que deveria ser despenalizado, que não descriminalizado, o corruptor de forma a encontrarem-se os corruptos.
O Dr. Marinho Pinto criticou também que as obras públicas em Portugal sejam pagas sempre por preços superiores aos das adjudicações, afirmando que "isto só é possível num país onde não há opinião pública e os partidos estão comprometidos até à medula", sublinhou.
O Dr. Paulo Morais, deu vários exemplos de origens de corrupção, mostrando-se muito critico em relação aos deputados que acumulam com administrações de empresas e que têm directamente negócios com o Estado. “O parlamento português "parece mais um verdadeiro escritório de representações, com membros da comissão de obras públicas que trabalham para construtores e da comissão de saúde que trabalham para laboratórios médicos”, referiu.
Deu ainda como exemplo de corrupção a renegociação que o governo de José Sócrates fez com as concessionárias das antigas auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT), assinando em Julho de 2010 anexos aos respectivos contractos que substituem a contagem de tráfego por estimativas de passagem. «As concessionárias das SCUT são as mesmas que financiam os partidos», sublinhou, defendendo que o novo Governo deve renegociar de novo esses contratos, porque apenas beneficiam as construtoras e obrigam o Estado a pagar muito mais.



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