quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PSD. Que Congresso, Que Partido?

Estamos, ora, na expectativa das próximas decisões, dos próximos factos, das horas e dias seguintes, que por certo e em definitivo ditarão o futuro do Nosso Partido, o PPD/PSD.


Valerá a pena Discutir o Passado.

Aos quase ininterruptos quinze anos de governação socialista, o Partido Social Democrata respondeu quase sempre com programas de oposição e quase nunca com programas de governo. Procurou quase sempre ser do “contra” e para isso foi inventando fundamentação avulsa, sem desígnios nem convicção própria.

Ao contrário do suposto, o Partido afastou-se dos Portugueses, suas necessidades e expectativas. Ao invés de um ideal Partido de Sociedade, moderno e progressista, procurou, mesmo na oposição, ser quase sempre um Partido de Estado, Sulista e Elitista. Quase sempre liberal na economia e conservador nos costumes, foi esquecendo os valores da Social Democracia e da tolerância e respeito pelo Homem, que dele fizeram, em bons tempos, o maior e mais português Partido de Portugal.


É oportuno Falar do Presente.

Mergulhado numa imensa crise de valores, princípios e indefinição ideológica, sucede-lhe naturalmente uma profunda crise de liderança, personificada naqueles que ao longo destes anos tudo fizeram para que aqui chegássemos, sem rumo nem estratégia de poder.

Mas o Partido não se fechou só aos Portugueses. Fechou-se também aos militantes. Esvaziou-se o espaço de debate e as sedes fecham-se hoje em pequenos grupos de amigos ou de grandes interesses. Atingimos o ponto crítico em que os novos militantes não sabem porque entram mas os antigos sabem bem porque saem (uns na forma, muitos em espírito).

E porque, mais do que o PSD, importa a Social Democracia e, mais do que esta, importa Portugal, a inexistência do actual PPD/PSD revela-se dramática pela falta de alternativa a um Governo Socialista, primeiro e último responsável por transformar o pântano num enorme potencial holocausto económico e social.


É urgente Construir o Futuro.

O futuro constrói-se com a eleição imediata de uma nova liderança para o PPD/PSD, que transporte os seus valores fundacionais para um novo tempo, actual e moderno.

Exige-se uma liderança que seja capaz de ouvir e perceber o país real, que se identifique com os Portugueses e que lhes devolva verdadeiramente a confiança, assente numa proposta de bem-estar e melhor qualidade de vida – politicas de crescimento económico, de promoção do emprego, de combate à pobreza e às extremas desigualdades sociais, de melhor saúde e educação, melhor justiça, de defesa do ambiente e de garantia da segurança pública; políticas que introduzam a eficiência na administração pública. Exige-se uma liderança que defenda a Regionalização.

É urgente que o Partido dê internamente o exemplo daquilo que é capaz de ser para o País. E este será um Partido de Bases, para quem a realidade se sobrepõe à ficção das elites.

Perante a recusa da Direcção Nacional em marcar eleições directas, levanta-se a voz dos militantes que, ao subscreverem o anunciado Congresso, aceleram a mudança e garantem o futuro do Partido. Este será pois um Congresso das Bases e servirá, no mínimo, para agendar as próximas eleições directas, condição imprescindível ao funcionamento democrático do PPD/PSD.


Luis Proença

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