sexta-feira, 18 de março de 2011

"Uma Política de Desenvolvimento Sustentável" - Carlos Pimenta

O Engº Carlos Pimenta proporcionou-nos um debate extraordinário, repleto de entusiasmo, optimismo e muita convicção. Foi simplesmente brilhante.
Em resumo, abordou diversos temos: o ambiente, a energia, a igualdade de oportunidades, a promoção da qualidade de vida, a solidariedade intergeracional.
Temos obrigação de “entregar” aos nossos filhos e netos, um País, mais equilibrado do ponto de vista regional, e respeitador dos recursos naturais do ambiente, da paisagem, das fontes energéticas, do património histórico-cultural, como um conceito de desenvolvimento sustentado e de qualidade de vida.

Mais do que nunca, é urgente o debate das soluções que garantam uma verdadeira igualdade de oportunidades, num quadro de solidariedade intergeracional.

Temos que debater a energia, e a forma como utilizamos os recursos para promover e sustentar o crescimento da produção e do consumo dos bens, de uma forma racional e equilibrada
Portugal tem recursos naturais como o vento, a água, o sol, em que a sua utilização não degrada nenhum deles, CO2 que não se emite, milhares de postos de trabalho que se criam e que não dependem do valor do dólar ou de qualquer perturbação regional, nos mercados do petróleo e do gás.
Como dizem os ingleses “ Win” Win” Win”…
Os objectivos de qualquer política energética serão sempre:
A segurança no abastecimento ( energia acessível, porque é vital para o desenvolvimento);
O Ambiente ( que não polua, não degrade);
A competitividade económica ( qualidade e preços)
Portugal importa hoje 85% da energia que consome e apenas 15% tem como base recursos naturais do país. É preciso inverter esta “roleta russa”, dependente de factores externos que o país não domina, como a alta de preços do petróleo ou eventuais valorizações do dólar face ao euro. O impacto na nossa balança de pagamentos é enorme.
Cerca de 40% do que importamos, é para aquecer água. Não tem nenhum sentido.
Não temos petróleo, mas temos água, vento e sol, depende apenas de nós, com coragem, encontrar um novo equilíbrio mais sustentado.
O combate ao desperdício é absolutamente essencial. “se o balde está roto, não se acrescenta mais água, devem é tapar-se os furos”.
Eficiências de políticas e eficiência na utilização da energia, em termos industriais, onde a poupança energética e a consequente diminuição do CO2, podem ser factores decisivos para a competitividade, na construção de edifícios.
A forma sustentada do ponto de vista ambiental e energético como foi construída a nova catedral de Fátima, ou o programa que a câmara municipal do Porto está a levar a cabo, com uma poupança até 2020 de 50% de CO2 emitido por habitante, com medidas na mudança do sistema de abastecimento de água, a tri-geração, transportes e actuação a nível dos edifícios, são prova de excelentes exemplos feitos com a inteligência portuguesa.
A situação do clima, com o aquecimento da atmosfera, e subida do nível dos oceanos, é um problema grave, que tem de ser invertido. A redução da emissão de gases com efeito de estufa, é absolutamente crucial, para o futuro da humanidade e do planeta, da forma como o conhecemos hoje.
A legislação comunitária prevê até 2020 uma redução de 20% destes gases, nomeadamente do CO2, o aumento de 20% da eficiência energética e o aumento de 20% das energias renováveis.
Portugal, tem de encontrar um novo “mixit” das fontes para a produção de energia eléctrica ( 22% da energia) e que passará por ter 2/3 de energias renováveis.
É necessário reguladores independentes, quer no ambiente, quer na energia. Eventualmente nomeados pela Assembleia da República, sob proposta do governo.
Portugal, tem inteligência, uma nova geração bem preparada, ou seja recursos humanos qualificados, e a aposta nos novos sectores, será fonte de criação de emprego qualificado e da redução da dependência externa e a base de uma economia de progresso, assente no crescimento económico, na justa retribuição mérito, e na promoção do nível de vida e do equilíbrio justo da sociedade.



sexta-feira, 4 de março de 2011

AFINAL NÃO SOMOS POBRES…SOMOS RESIGNADOS OU ATÉ ESTUPIDOS!!??

Afinal não somos pobres… somos estúpidos!!!???? Estava há dias a falar com um amigo meu nova-iorquino que conhece bem Portugal. Dizia-lhe eu à boa maneira do “coitadinho” português: Sabes, nós os portugueses, somos pobres … Esta foi a sua resposta: Como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capazes de pagar por um litro de gasolina, mais do triplo do que pago eu? Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade e de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA? Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços e por cartas de crédito ao triplo que nós pagamos nos EUA? Ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 US Dólares (8.320 EUROS) e vocês pagam mais de 20.000 EUROS, pelo mesmo carro? Podem dar mais de 11.640 EUROS de presente ao vosso governo do que nós ao nosso. Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 20% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 20%, pagais ainda impostos municipais. Além disso, são vocês que têm “impostos de luxo” como são os impostos na gasolina e no gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos etc., que faz com que esses produtos cheguem em certos casos até 300 % do valor original, e outros como imposto sobre a renda, impostos nos salários, impostos sobre automóveis novos, sobre bens pessoais, sobre bens das empresas, de circulação automóvel. Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam, outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado. E vocês pagam ao vosso Governador do Banco de Portugal, um vencimento anual que é quase 3 vezes mais que o do Governador do Banco Federal dos EUA… Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da Nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e dos seus autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e da iniciativa privada. Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre a renda se ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou menos os vossos 2.080 €uros. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e da electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública. Vocês enviam os filhos para colégios privados, enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar. Vocês não são pobres, gastam é muito mal o vosso dinheiro. Vocês, portugueses, ou são uns estúpidos ou uns mansos.
Recebido de Rui Amaral e Reenviado por Vieira da Cunha

quarta-feira, 2 de março de 2011

Energia

Ontem, o Porto Laranja organizou mais um jantar/debate, onde teve como orador o Eng. Carlos Pimenta que abordou de forma impressionante o tema seleccionado, "Uma Política de Desenvolvimento Sustentável para a próxima década". Com uma apresentação muito bem elaborada e bastante explícita, a facilidade de manipulação do tema em debate deixou tímida a audiência que pouco abordou a segunda parte da apresentação referente às energias renováveis.

No seguimento do debate de ontem, decidi ler o resumo da conferência “Energias do Futuro”, organizada pelo GENEPSD, na Assembleia Distrital de Viana do Castelo, que contou como oradores precisamente o Eng. Carlos Pimenta e o Eng. Mira Amaral. Deste resumo disponível no site do GENEPSD, conclui que “as energias renováveis são uma excelente ideia “, como frisa o Eng. Mira Amaral, mas têm o problema de apenas aproveitarem 25% da capacidade instalada, o que é um aspecto negativo do ponto de vista da eficiência. Por seu lado, e apesar de certamente não ser um investimento que represente 96% de incorporação nacional, como é o caso do parque eólico em Viana do Castelo, as centrais nucleares de quarta geração, que estão a ser desenvolvidas, permitem a reciclagem dos resíduos radioactivos, o que as torna tecnicamente renováveis.

Contudo, existe um ponto que os apoiantes “fanáticos” das energias renováveis tendem a omitir, e que o governo opta por mentir. Num artigo de opinião do Eng. Miral Amaral é decomposta esta questão:
  1. Citando o primeiro-ministro em Montealegre: "53% da produção eléctrica nacional foi com base nas energias renováveis, o que permitiu reduzir a importação de petróleo".
  2. Explicação: “Ora é preciso que os nossos distintos jornalistas económicos e os nossos partidos políticos percebam que as renováveis (barragens inclusive) que produzem electricidade não poupam um único barril de petróleo importado pois que: (1) já não utilizamos petróleo na produção de electricidade; (2) o consumo de petróleo é basicamente no sector dos transportes e só quando houver massificação dos veículos eléctricos, o que infelizmente ainda vai levar bastante tempo, é que a electricidade substituirá o petróleo. “

Esta “explicação” levanta questões sobre: o papel das energias renováveis junto do sector dos transportes e se são as baterias actualmente produzidas suficientemente desenvolvidas para substituir o petróleo?

Embora compreenda a opção do Eng. Carlos Pimenta que preconiza uma verdadeira revolução, um corte drástico com a política energética seguida, perante as circunstâncias actuais acho difícil a implementação da política que defende. Conquanto, a opção pelo nuclear não diminuía a nossa dependência do petróleo, asseguramos uma produção de electricidade que nos liberta de modo mais eficaz da pressão da subida de preços do gás e carvão. E se as renováveis se destacam pela aposta na inovação, a revista TIME publicou recentemente um artigo que intitula: “Nuclear Batteries. Tiny atomic reactors have energized the nuclear industry. Can they help save the planet?”
“Nuclear-powered cars! airplanes! Fridges and freezers! In the heady days of the early 1950s — at the dawn of the civilian nuclear power age and President Eisenhower's Atoms for Peace program — nuclear optimists imagined a world powered by tiny nuclear reactors. Today, in an era of climate change and energy insecurity, the nuclear industry is dusting off some of those old dreams. That includes the nuclear battery.”

Por último, gostaria de abordar as investigações sobre a antimatéria, certamente desconhecida para muitos, pelo que deixo algumas explicações retiradas da internet:
  1. A existência de antimatéria foi prevista em 1931 pelo físico inglês Paul Dirac. Trata-se de uma matéria “espelho” daquela que é conhecida no Universo. As antipartículas são idênticas às partículas que lhes correspondem, mas têm uma carga eléctrica inversa. A antimatéria anula-se ao entrar em contacto com matéria, pelo que é quase impossível observá-la.
  2. Os físicos do CERN conseguiram pela primeira vez aprisionar antimatéria, e para termos uma noção do que representa a antimatéria em termos de evolução a NASA está a financiar um projecto que tenta viabilizar o uso da antimatéria como combustível das naves espaciais e já considera as vantagens para uma futura viagem tripulada a Marte. 
  3. A reacção de 1 kg de antimatéria com 1 kg de matéria produziria 1.8×1017 J de energia (segundo a equação E=mc²). Em contraste, queimar 1 kg de petróleo produziria 4.2×107 J, e a fusão nuclear de 1 kg de hidrogénio produziria 2.6×1015 J.