sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A FAVOR DO PSD…

Documento aprovado em reunião plenária de 14 de Janeiro de 2010.

Portugal entra em 2010 a viver uma crise económica, social e política de todos reconhecida a que é preciso responder de uma forma determinada.
A política e os partidos banalizaram-se de tal forma que só um esforço generalizado pode alterar este estado de coisas.

Neste últimos dez anos, de degradação nacional, progressiva e generalizada, o PSD tem estado ausente, sendo possível relacionar esta instabilidade permanente ao actual estado do país.

O país espera um PSD empenhado, motivado e verdadeiramente representativo dos militantes e digno da confiança do povo português.

Portugal precisa de um PSD que tenha orgulho na sua história e muita capacidade para encontrar as razões que o levaram a distanciar-se tanto dos portugueses. Não temos dúvidas que somos hoje um Partido menos identificado com as necessidades que o país real enfrenta e com os anseios e expectativas dos portugueses.
Só será possível encontrar respostas adequadas e oportunas para o país quando internamente todo o Partido esteja mobilizado em trono de uma ideia de unidade mas não de unicidade.

Entendemos, pois, ser fundamental antes de eleger um novo líder motivar todo o PSD reunindo em Congresso.

Precisamos, com muita humildade, de avaliar o desempenho do Partido nos últimos 10 anos e ser portador de um novo projecto de esperança para Portugal.

Temos de modernizar o Partido, introduzindo as alterações estatutárias, que continuem o esforço numa linha de acção que permita a participação de cada vez mais militantes e simpatizantes na vida do PSD.

Apoiamos a realização de um congresso antes das eleições directas assente numa discussão livre e alargada, debatendo o PSD, o retorno à sua matriz fundacional social democrata e as respostas que temos que ter para o País.

Eleger já outro líder, sem um congresso de debate, será perpetuar o actual estado de coisas que vem relegando o partido, de eleição em eleição, para um plano cada vez mais secundário e continuar a adiar um conjunto de questões que sentimos precisam de ser discutidas por todos nós.

O PSD não se pode esquecer que tem com Portugal a responsabilidade de ser o maior partido da oposição e, assim, a única alternativa credível na governação.

O PSD tem de ser o portador dessa esperança para os portugueses, como o foi, no passado, com Francisco Sá Carneiro e Aníbal Cavaco Silva quando liderou a reforma constitucional política e económica.

O PSD tem a responsabilidade de concretizar uma relação de intervenção política, quer no seu interior, quer na forma como deve discutir o que verdadeiramente interessa: medidas e políticas que contribuam para a melhoria das condições de vida dos Portugueses.

Os portugueses querem respostas claras e não exercícios de lideranças putativas em volta do maior partido da oposição. Temos de compreender que entre 1996 e 2009, o PSD só esteve no poder executivo (em coligação com o CDS/PP) no período de 2002-2005.

Tenhamos todos a responsabilidade de compreender a máxima de Francisco Sá Carneiro: primeiro – Portugal; segundo – a democracia e terceiro – a social democracia.

É esta a responsabilidade histórica do PSD.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

PSD. Que Congresso, Que Partido?

Estamos, ora, na expectativa das próximas decisões, dos próximos factos, das horas e dias seguintes, que por certo e em definitivo ditarão o futuro do Nosso Partido, o PPD/PSD.


Valerá a pena Discutir o Passado.

Aos quase ininterruptos quinze anos de governação socialista, o Partido Social Democrata respondeu quase sempre com programas de oposição e quase nunca com programas de governo. Procurou quase sempre ser do “contra” e para isso foi inventando fundamentação avulsa, sem desígnios nem convicção própria.

Ao contrário do suposto, o Partido afastou-se dos Portugueses, suas necessidades e expectativas. Ao invés de um ideal Partido de Sociedade, moderno e progressista, procurou, mesmo na oposição, ser quase sempre um Partido de Estado, Sulista e Elitista. Quase sempre liberal na economia e conservador nos costumes, foi esquecendo os valores da Social Democracia e da tolerância e respeito pelo Homem, que dele fizeram, em bons tempos, o maior e mais português Partido de Portugal.


É oportuno Falar do Presente.

Mergulhado numa imensa crise de valores, princípios e indefinição ideológica, sucede-lhe naturalmente uma profunda crise de liderança, personificada naqueles que ao longo destes anos tudo fizeram para que aqui chegássemos, sem rumo nem estratégia de poder.

Mas o Partido não se fechou só aos Portugueses. Fechou-se também aos militantes. Esvaziou-se o espaço de debate e as sedes fecham-se hoje em pequenos grupos de amigos ou de grandes interesses. Atingimos o ponto crítico em que os novos militantes não sabem porque entram mas os antigos sabem bem porque saem (uns na forma, muitos em espírito).

E porque, mais do que o PSD, importa a Social Democracia e, mais do que esta, importa Portugal, a inexistência do actual PPD/PSD revela-se dramática pela falta de alternativa a um Governo Socialista, primeiro e último responsável por transformar o pântano num enorme potencial holocausto económico e social.


É urgente Construir o Futuro.

O futuro constrói-se com a eleição imediata de uma nova liderança para o PPD/PSD, que transporte os seus valores fundacionais para um novo tempo, actual e moderno.

Exige-se uma liderança que seja capaz de ouvir e perceber o país real, que se identifique com os Portugueses e que lhes devolva verdadeiramente a confiança, assente numa proposta de bem-estar e melhor qualidade de vida – politicas de crescimento económico, de promoção do emprego, de combate à pobreza e às extremas desigualdades sociais, de melhor saúde e educação, melhor justiça, de defesa do ambiente e de garantia da segurança pública; políticas que introduzam a eficiência na administração pública. Exige-se uma liderança que defenda a Regionalização.

É urgente que o Partido dê internamente o exemplo daquilo que é capaz de ser para o País. E este será um Partido de Bases, para quem a realidade se sobrepõe à ficção das elites.

Perante a recusa da Direcção Nacional em marcar eleições directas, levanta-se a voz dos militantes que, ao subscreverem o anunciado Congresso, aceleram a mudança e garantem o futuro do Partido. Este será pois um Congresso das Bases e servirá, no mínimo, para agendar as próximas eleições directas, condição imprescindível ao funcionamento democrático do PPD/PSD.


Luis Proença